Quero que você comece pensando nas áreas de impacto da IA no cliente ou consumidor de seu produto ou serviço. Pense bem: como a IA impacta a sua relação com ele ou ela?
Bom, para começar, impacta a experiência que a gente garante, impacta a forma em que atraímos ele ou ela, impacta a forma em que o educamos, e afinal impacta também a forma em que podemos aprender sobre como ele ou ela se comportam, através dos dados.
E se isso funciona para o cliente de nosso negócio, porque não deveria funcionar de forma semelhante para nosso cliente interno, ou seja nosso colaborador!
A verdade é que funciona da mesma forma - e é dessa forma, e frentes de impacto da IA no RH, que iremos falar neste artigo.
Vamos mergulhar a fundo no tema deste artigo justamente sobre como a IA pode transformar a gestão das pessoas na empresa, através de uma fala do Ian Bailie, um influenciador da área de RH inglês, e fundador do portal referência, o myHR future.com. Ouça só no vídeo abaixo e não se esqueça de ativar as legendas do YouTube:
“Vamos agora dar uma olhada no impacto da IA no RH. E há 4 áreas em que estamos realmente vendo essa tecnologia se consolidar: a primeira não é surpreendente em torno da experiência. Como acabamos de ver com a experiência do consumidor, podemos traduzir um pouco disso na experiência do funcionário e do candidato, sobre como podemos usar a IA para realmente melhorar a personalização e as recomendações que seus funcionários e candidatos estão recebendo. A segunda é sobre o recrutamento. Com algo como recrutamento, existem muitos pontos de contato diferentes no processo, onde podemos usar tecnologia ou algo como IA para melhorar as coisas. Pode ser em torno da seleção ou avaliação, ou usando um chatbot para realmente se envolver melhor com o candidato. A terceira é sobre Aprendizagem e Desenvolvimento. Semelhante ao exemplo da Netflix, se consumimos conteúdo regularmente, podemos ver as plataformas aprendendo sobre nossas preferências e os tipos de conteúdo que gostaríamos de ver. E novamente podemos criar esse tipo de recomendação personalizada. E a última é a análise de pessoas: com todos esses dados que estamos gerando, diariamente, por meio do uso dessas novas plataformas, podemos começar a fazer análises muito mais avançadas desses dados e realmente começar a ser mais preditivos"
Recentemente eu estava lendo o livro “Leadership by Algorithm”, do professor David de Cremer, fundador e diretor do Centre on AI Technology for Humankind na National University of Singapore Business School. Um livro incrível, que recomendo demais. Nele, o autor fala sobre o fato que a IA Parece inteligente de maneiras diferentes que os humanos são inteligentes. Ele não é um cientista da computação, a sua formação é em economia comportamental (um pouco como eu). Mas notou que a integração entre ciências sociais, humanidade e inteligência artificial não estava recebendo tanta atenção quanto deveria. A inteligência artificial destina-se a criar valor para a sociedade que é povoada por humanos; os usuários finais sempre devem ser humanos. Isso significa que a IA deve agir, pensar, ler e produzir resultados em um contexto social.
A IA é particularmente boa em tarefas repetitivas e rotineiras e em pensar de forma sistemática e consistente. Isso já implica que as tarefas e os trabalhos com maior probabilidade de serem substituídos pela IA são as hard skills, e não tanto as soft skills. De certa forma, essa observação corresponde ao que é chamado de paradoxo de Moravec: o que é fácil para os humanos é difícil para a IA, e o que é difícil para os humanos parece bastante fácil para a IA.
A verdade é que já olhando por uma perspectiva de pessoas, e de gestão de pessoas, algoritmos serão nossos maiores colegas. Algoritmo é um modelo que torna os dados inteligentes, o que significa que nos ajuda a reconhecer as tendências que estão acontecendo no mundo ao nosso redor e que são capturadas por meio de nossas coletas de dados. Quando bem analisados, os dados podem nos dizer como lidar com nosso ambiente de maneira melhor e mais eficiente.
Muitos líderes empresariais têm problemas para justificar por que devem usar a IA. Eles estão lutando para entender o que a IA pode trazer para suas empresas. Hoje, a maioria deles é influenciada por pesquisas que mostram que, como empresa, você deve adotar a IA porque todo mundo está fazendo isso. Mas como isso pode beneficiar sua própria empresa é frequentemente menos compreendido.
Cada empresa possui dados que são exclusivos dela. Você deve trabalhar com isso em termos de [moldar] sua estratégia e em termos do valor que sua empresa pode e deseja criar. Para que isso seja alcançado, você também precisa entender os valores que definem sua empresa e que a diferenciam de seus concorrentes. Não estamos fazendo um bom trabalho treinando nossos líderes empresariais para pensar assim. Em vez de fazê-los pensar que eles mesmos deveriam se tornar programadores, eles devem se concentrar em se tornar um pouco mais experientes em tecnologia para que possam seguir sua estratégia de negócios - de acordo com seus valores - em um ambiente em que a tecnologia faz parte do processo de negócios.
Isso implica que nossos líderes de negócios entendam exatamente o que um algoritmo faz, mas também quais são seus limites, qual é o potencial e, especialmente, onde na cadeia de tomada de decisão da empresa a IA pode ser usada para promover produtividade e eficiência. Para isso, precisamos de líderes com conhecimento técnico suficiente para otimizar seu amplo conhecimento sobre os processos de negócios para maximizar a eficiência da empresa e da sociedade. É aí que vejo uma fraqueza para muitos líderes empresariais hoje.
Sem dúvida, a IA se tornará o novo colega de trabalho. Será importante para nós decidir em que parte do ciclo do processo de negócios você automatiza, onde é possível tirar os humanos do circuito e onde você definitivamente mantém os humanos no circuito para garantir que a automação e o uso da IA não leva a uma cultura de trabalho em que as pessoas sentem que estão sendo supervisionadas por uma máquina ou tratadas como robôs. Devemos ser sensíveis a essas questões. Os líderes constroem culturas e, ao fazê-lo, comunicam e representam os valores e as normas que a empresa usa para decidir como o trabalho precisa ser feito para criar valor comercial.
Por isso tudo , além da liderança, a IA tem um impacto gigantesco.
Veja bem: É fato que À medida que as organizações migram cada vez mais para a inteligência artificial (IA), os profissionais de RH e de mudança de gestão, ou de gestão de mudança como são também chamados, sabem que precisam se adaptar aos desafios modernos que a IA apresenta. Isso, sem dúvida, inclui programas para ajudar as organizações a fazer a transição para o uso da IA: mudança de cargos e funções, criação de uma visão atraente para a IA, compreensão da mudança de cultura; e, ainda mais existencialmente, como os humanos no local de trabalho interagem com a própria IA.
Pois a gente já viu que não tem jeito, mas é fundamental não só adotar tecnologias de ponta como a IA, mas sim fazer com que as pessoas adotem ela e não se sintam ameaçados por ela.
Teve uma frase ótima no Web Summit do Rio de Janeiro, que cobri recentemente a convite da EDP, empresa global de energia e líder na transição energetica, da Sarah Al Hussaini, cofundadora e COO da Ultimate, que em sua palestra “Generative Ai, where to after the hype”, nos disse: “É tão importante QUE NÃO tenhamos manchetes que fomentem o medo, como “a IA está chegando para tirar o seu emprego” , porque isso vai só criar medo e desacelerar a inovação. Precisamos de histórias de vida real, honestas, pragmáticas e potencialmente chatas sobre como isso foi implementado e como são os empregos com. IA”.
É verdade: precisamos passar a visão que não será a Inteligência Artificial a substituir nossos empregos, mas sim outros humanos que usem a IA, e que por isso a escolha está com a gente, se queremos abraçá-la ou menos.
Tenho investido fortemente em aprender e aprimorar as estratégias de RH usando o Chat GPT, um modelo de linguagem de IA. Como profissionais de RH e gerenciamento de mudanças, devem ficar entusiasmados com o uso da IA e devemos começar agora. Aqui estão algumas razões do porquê:
1| Desenvolver uma visão convincente para a mudança. As ferramentas baseadas em IA podem ajudar os líderes a desenvolver cenários que exploram diferentes possibilidades e resultados, de forma irrestrita e ilimitada. A visão também pode ser informada por diferentes variáveis, como o envolvimento dos funcionários e as tendências do mercado. Isso pode ajudar os líderes a desenvolver uma visão de mudança que seja flexível e adaptável às suas circunstâncias únicas e ao estado final desejado. Pense em como a IA consegue trabalhar dados dentro do RH para poder entender o sentimento coletivo da empresa - coisa que nos humanos não teríamos a capacidade de ter, em larga escala.
2| Para ajudar a comunicar a visão de mudança. A realidade virtual alimentada por IA pode criar uma visualização 3D ou em Realidade Virtual da visão de mudança que os funcionários podem experimentar e interagir. Isso pode ajudar os funcionários a entender melhor a visão de mudança e a se tornarem mais engajados e motivados para alcançá-la. Sem mencionar o rápido desenvolvimento de treinamentos, pacotes de informações e comunicações personalizadas que estão no centro de programas efetivos de gestão de mudanças.
3| Para nos ajudar a identificar potenciais áreas de resistência ou preocupação. Os chatbots com inteligência artificial e a análise de sentimentos podem nos ajudar a entender como os funcionários se sentem em relação à visão de mudança e identificar possíveis áreas de resistência ou preocupação. Ao analisar o feedback e os comentários dos funcionários, podemos abordar possíveis preocupações ou objeções antes que se tornem um obstáculo à mudança. Lembra da parte acima que comentei sobre os dados?
4| Para nos ajudar a gerar novas ideias para gerir a mudança. Modelos de linguagem como o Chat GPT podem gerar sugestões para que as empresas desenvolvam suas próprias estratégias de gerenciamento de mudanças. Isso pode nos ajudar a desenvolver maneiras novas e inovadoras de gerenciar mudanças que sejam adaptadas às necessidades exclusivas de nossa organização, que talvez a gente não tivesse pensado antes.
