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A era pós-digital impacta diretamente no setor da agricultura – e, consequentemente, faz com que pequenas, médias e grandes empresas do ramo vivam sob as condições da indústria 4.0. O setor da agricultura é um dos mais importantes no Brasil representando 21,4% do PIB Brasileiro, e dados publicados o dia 9 de Março 2020 pelo CNA apontam a um crescimento do setor de 3.8% em 2019. Por conta da aceleração digital desse setor fundamental da economia Brasileira, nos últimos tempos, tenho palestrado bastante para as empresas do agronegócio e, através essa responsabilidade, entendido mais dos seus desafios e oportunidades – além de conhecido muito do interior do Brasil!

Duas das experiências que me marcaram ano passado foram a palestra que dei para o pessoal da Valoriza, a convite da Bayer, em Patos de Minas, e meu encerramento da convenção da Valmont em Floripa. Também, a convite do Sebrae palestrei e conheci inúmeras outras localidades no coração do mundo do agronegócio: Unaí (MG), Carlos Chagas (MG), Patos de Minas (MG), Londrina (PR) e por aí vai… e, a cada viagem, entendo um pouquinho mais sobre as principais tendências do agronegócio, em termos de transformação digital, ao falar seja com os produtores locais ou altos executivos.

Também não deixei por fora a capital federal: em Maio do ano passado palestrei para os times de Inovação da EMBRAPA, a convite do Cleber Soares, o Diretor Executivo de Inovação e tecnologia. Ai quem aprendeu fui eu! Inclusive, ao perguntar para o Cleber sobre a visão dele da transformação digital no Agronegócio para esse artigo, ele me comentou que “isso já é uma realidade. Claro que existe grandes desafios para enfrentar, mas é um oceano de oportunidade para todos os atores das cadeias produtivas agropecuárias. Só em imaginarmos que mais de 90% dos produtores têm celulares, e desses 68% são smartphones, olha a oportunidade de alavancar inovação digital na agricultura”. 

Conectividade, tecnologias e crescimento das AgTechs

E, quanto mais eu vivo essas conversas, mais acredito que estamos vendo apenas a ponta do iceberg do agronegócio brasileiro em termos de maturidade digital, seja o assunto relacionado a tecnologias aplicadas ao agro ou a novos negócios e novas formas de trabalhar que dependam do ambiente digital para atingir seu ápice. No mundo, o investimento em Agtechs aumentou de de 43% em 2019, para alcançar 17 bilhões de Dólares.

No Brasil, tudo indica um crescimento semelhante: o segmento de Agtechs vem crescendo no País, onde foram mapeadas em 2019 ao todo 1.125 startups, atuando em diferentes cadeias e elos produtivos, antes da fazenda, dentro da fazenda e depois da fazenda, distribuídas em todas regiões do país. 

No que se refere às tecnologias, precisamos começar pela análise do conjunto que compõem o mundo da Agricultura 4.0 – ou, como também é chamada de, AgTech –, caracterizada pelo amplo aproveitamento dos avanços tecnológicos ao longo de toda a cadeia. A inovação, nesse cenário, foca na produtividade, mas sem descuidar do respeito ao meio ambiente e à saúde pública. 

Soluções eficientes de Internet of Things (IOT), machine learning, Big Data, inteligência artificial (IA), blockchain e outras aplicações  têm sido usadas em sensores, aplicativos, softwares, tratores, implementos e até em máquinas de colheita sofisticadas. Tais ferramentas geram dados que, após processados, podem oferecer insights e suportar as decisões do negócio agrícola. O Silvio Passos, presidente da Agro Ven (e que já foi VP na AlgarTech) diz que “o grande fator de transformação digital dentro da porteira é o avanço da conectividade. É ela que permite o uso da matéria prima da transformação digital: os dados”. A base da transformação digital no campo passa então pela conectividade.

Contudo, não são todas as organizações que têm acesso às soluções – ou sabem, corretamente, como usá-las. O Silvio continua: “Porém o Agronegócio começou a ter maior conectividade há pouco tempo. Ainda falta muito para termos networks capazes de conectar cada cm2 nas lavouras”.  Isso, obviamente, precisa ser modificado. Uma iniciativa que está trazendo maior conectividade ao campo é a ConectarAGRO, que está promovendo o acesso à internet móvel 4G em todo o campo brasileiro. Aprendi mais sobre essa iniciativa ano passado quando fui dar uma palestra para os times da CNH Industrial em Belo Horizonte, pois essa é uma iniciativa da CNH Industrial, ao lado de mais sete empresas: AGCO, Bayer, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble. A Manuela Perri, comercial da The Climate Corporation, braço digital parte do grupo Bayer comenta que o motivo da Climate fazer parte das empresas que apoiam o ConectarAGRO é “que  para habilitar essa revolução na agricultura a conexão de qualidade é essencial. De fato, uma maior conectividade permite a adoção de tecnologias aplicadas ao campo como o FieldView, plataforma digital da Bayer, que “permite que o produtor colete e armazene seus dados em um só lugar, gerenciando melhor suas operações, tomando decisões mais rápidas e assertivas”, acrescenta a Manuela. 

Onde aplicar a transformação digital no agronegócio

 Nas experiências que citei acima, e em tantas outras, percebi que a relação entre analógico e digital, no setor agro, pode ser a diferença entre a vida (e o futuro), ou a morte de uma empresa. Por isso, quero tratar, agora, das 5 principais áreas de impacto, dentro do agronegócio, onde a transformação digital pode ser aprofundada e trabalhada com afinco: 1. Aumento de Produtividade e Captura de Valor, 2. Big Data e Modelos Preditivos, 3. Novos Modelos de Negócio, 4. Experiência do cliente, e 5. Mindset Digital e Inovação Aberta.

1. Aumento de Produtividade e Captura de Valor

 A transformação digital pode ser excelente quando aplicada de forma assertiva no processo produtivo. Por exemplo: por meio de Big Data, e insights gerados por ferramentas de monitoramento em tempo real, é possível melhorar a eficiência do sistema de produção de uma cultura  e aumentar a produtividade das safras. Da mesma forma, combinada a Internet of Things, e Inteligência Artificial é possível mitigar perdas e desperdícios não só nos cultivos, mas também na colheita, no transporte, na distribuição, no varejo ou mesmo no prato do consumidor. Segundo a Manuela Perri, da Climate, de fato a maior tendência de transformação digital no campo é de “aumentar a produtividade de maneira sustentável utilizando cada vez mais insights e prescrições geradas a partir novas tecnologias e BigData”. Ou seja, graças á combinação de tecnologias (ou á convergência delas, pegando emprestado um termo do autor Peter Diamandis), consegue-se um aumento de produtividade que empresas do setor apontam de até 30% maior, pela mesma área de terra. 

Também com a inovação digital, equipes de campo e gestores conseguem qualificar melhor suas atividades, otimizando o tempo e entregando com excelência.

Ao mesmo tempo, as combinação de ferramentas de IA, IOT e Blockchain nas cadeias do agronegócio podem capturar valor de várias formas, tanto intrínseco ao sistema de produção (pela otimização do sistema em si, e consequente valor econômico) ou ao produto (pela verificação e certificação de componentes nutricionais), como valor ambiental (pelo monitoramento da dinâmica de ciclagem de nutrientes, carbono, água e outros elementos), ou mesmo valor perpetual (quem não gostaria de ter exatidão sobre o que está consumindo?). Quem perceber e alavancar esses valores que o digital pode agregar ao agronegócio fará a diferença neste mundo colaborativo.

2. Big Data e Modelos Preditivos

A gente já viu anteriormente que uma maior conectividade no campo vai impulsionar o crescimento do Big Data, e o acesso a tecnologias digitais em qualquer canto do Brasil. O primeiro passo porém para uma transformação digital da indústria baseada em Big Data é que tem que ter a matéria prima, nesse caso: dados.

Primeiramente, para criar bancos maiores de dados as empresas estão utilizando a cada vez mais novas tecnologias: o Silvio Passos comenta que “Satélites, Drones, IoT e sensores nos principais maquinários para que os dados da produção possam ser capturados e transformados em soluções digitais”. E estamos vendo isso acontecer. O segundo passo é saber o que fazer com esses dados, e segundo o Guilherme Ferraudo, Data Specialist da Minerva Foods e cofundador da YouAgro e da BeeAgro, nesse sentido o agronegócio está com um bom grau de maturidade. Ele nos lembra que ao final “a estatística experimental que nasceu com Ronald Fisher começou em 1919 com pesquisa agrícola no centro de experimentos de Rothamsted Research em Harpenden na Inglaterra, e que ao longo do tempo se geraram muitos dados e muitos modelos”.

Segundo ele porém, o desafio hoje no agronegócio Brasileiro não é sobre como saber usar dados, mas é sobre juntar várias visões diferentes no mesmo modelo e colocar todo mundo na mesma página. Pois a oportunidade dos grandes players do agro é desenvolver modelos preditivos ou produtos de dados abertos para o mercado como o Google e o Facebook fizeram”. Que visão do futuro! Ele finaliza dizendo que “muito do trabalho do time de Data Science na Minerva está focado em desenhar algoritmos otimizadores não lineares para vender melhor a carne”.

Boa parte da transformação digital da Tereos passa pela ciência de dados: o Marcus Vinicius Cardoso, Gerente Executivo de TI da Tereos, diz que “usamos IOT e formulários flexíveis, onde capturamos dados da nossa cadeia e através dos nossos cientistas de dados trazemos insights e informações relevantes para a nosso negócio”, Isso eu chamo de transformação digital!

3. Novos Modelos de Negócio

 Modelos de plataformas, que vão do e-commerce ao marketplace, estão surgindo para transformar os modelos de negócios tradicionais, juntamente às ferramentas digitais inovadoras para pesquisa de mercado, vendas e distribuição. Neste cenário de pandemia de Covid-19 onde a segurança alimentar das nações entrará em cheque, os novos modelos de negócios digitais podem contribuir para gerar cadeias produtivas mais curtas. Quem está atento a essas oportunidades têm mais chance de aproveitá-las corretamente.

O Silvio Passos reforça aqui inclusive que “as inovações disruptivas irão acontecer fora da porteira. Isso porque é em processos como o financiamento da produção, compras e trading, é que se encontram elos inteiros que podem ser totalmente transformados, eliminando atores, modificando modelos de negócio e redesenhando toda a complexa cadeia do Agro. Esses processos além de complexos, ineficientes e com um cem número de entidades envolvidas, são comuns a praticamente todas as culturas, e por isso trazem um dos fatores que mais atraem a transformação digital: volume e escalabilidade das soluções.” Um exemplo de novo modelo de negócio é o marketplace Orbia, da Bayer, lançado em fim de 2019: trata-se de uma grande plataforma que já conta com uma base de dados com 140 mil produtores, responsáveis por aproximadamente 65% da área plantada no Brasil, provenientes do banco de dados da Rede AgroServices. Não é um e-commerce, mas um agregador de produtos: além de comprar insumos e vender commodities na plataforma, os produtores terão acesso a operações de barter. Certamente uma bela inovação em termos de modelo de negócio!

4. Experiência do Cliente

 A adoção de um nível maior de transparência e rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva do agronegócio, incluindo os setores de produção, distribuição e estoque, pode gerar um modelo de confiança e precificação mais dinâmico, o que vai beneficiar o cliente. E ao final, muito desse pilar de transformação passa por uma melhor gestão dos dados, e uma cultura analitica! Neste caso a Strider, start-up mineira que foi adquirida pela Syngenta em 2018, é muito focada na experiência do cliente: a visualização da informação em interface inteligente é apenas um exemplo disso. O Luiz Tangari, CEO da Strider, comentou no press release da compra que “os produtores não buscam mais comprar produtos químicos ou softwares isoladamente, eles estão focados em uma agricultura eficaz”. Ou seja? Querem uma solução completa.

Caso uma melhor experiência do cliente seja implementada na cadeia de valor do  agro, produtores, fornecedores e consumidores serão igualmente beneficiados, o que pode ameaçar o modelo tradicional de cooperativas: por isso no cooperativismo estamos vendo grandes avanços em termos de experiência do cliente. O Guilherme Ferraudo aponta que “a ABIMAQ está indo nesse caminho, focando mais em dados e autonomia dos produtores rurais por meio do BDCA (Banco de Dados Colaborativo do Agricultor), assim como algumas cooperativas como a Frísia no Paraná e Coplacana em Piracicaba, que estão revolucionando a experiência do cliente através de dados, e ainda fazem inovação aberta por estar bem conectados com os hubs de inovação regionais”. No mundo do Cooperativismo vemos iniciativas ótimas por parte da C.Vale também. O Rafhael Crema, Supervisor de Agricultura de Precisão na C.Vale, comenta que eles “tem buscado inovações no mercado as validando primeiro, para depois serem ofertadas para os associados”. Ele acrescenta: “Temos um setor especializado em Agricultura de Precisão e além disso prestamos serviços nessa área”.

5. Mindset Digital e Inovação Aberta

Não se pode deixar uma aspecto cultural de fora da aceleração da TD no Agro. O poder da comunicação e da percepção em mudar comportamentos. Segundo o Silvio Passos, “Antes, quando um filho de produtor ia estudar em grandes universidades no Brasil ou no exterior, voltava e talvez preferisse ir trabalhar em um banco de investimento ou consultoria estratégica.

Agora, Agro é Pop, Agro é Tech, Agro é tudo. Muitos dessas novas gerações, com natural propensão ao uso da tecnologia, diferente do passado, até acham cool trabalhar no Agro. E mesmo fora das famílias tradicionais, o Agro tem atraído cada vez mas cérebros”. E eu concordo com isso: a maioria das palestras que tenho dado no setor Agro é sobre mudança de Mindset para o Digital, não apenas sobre tecnologia. Eu acredito muito que para se transformar digitalmente, e para fazer inovação aberta com as start-ups, primeiramente você precisa trabalhar como uma start-up.

Existem várias iniciativas nesse sentido, mas nesse caso, quero trazer a tona a participação da C.Vale em alguns hubs de inovação aberta como a AgTech Garage, mas em particular uma iniciativa da BASF, que foi pioneira: Eduardo Menezes Barbosa, Gerente de Produtos Digitais na BASF nos conta que “a BASF desenvolveu um programa de aceleração de startups, o AgroStart, em 2016. A iniciativa foi realizada em parceria com a ACE – maior aceleradora de startups da América Latina. AgroStart já interagiu com cerca de 500 startups do Brasil e também da Argentina, Colômbia e Chile”. Ao mesmo tempo, criou o a Garagem AgroStart, um ambiente dedicado à inovação e cocriação interna instalado na sede da companhia, em São Paulo. As ideias dos funcionários são aceleradas para serem colocadas em prática de maneira semelhante a uma startup. Ah, e o AgroStart ainda conta com o braço de venture capital que já fechou parceria com a SP Ventures. Sensacional! 

Impacto das tecnologias aplicadas ao agronegócio no Brasil e papel público.

Sendo assim, dizer que o setor agropecuário possui grande relevância para a economia do país é chover no molhado. Entretanto como nos falamos, o mercado poderia garantir muito mais produtividade – e, consequentemente, lucro – se aliado às tecnologias, buscando soluções da transformação digital para a melhoria de algumas (ou todas, por que não?) as etapas do processo produtivo. 

Talvez com isso em mente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elaborou em 2017 o Relatório de aprofundamento das verticais – ambiente rural, estudo que tem, como principal objetivo, traçar um plano de ação de 5 anos que contemple, dentre outras propostas, os elementos estruturantes para a implementação de transformações digitais no agronegócio. O documento também pretende colaborar na elaboração de operações voltadas a impulsionar a oferta nacional de ferramentas e a demanda por soluções de internet das coisas no trabalho do campo. 

O que ganha destaque aqui são, justamente, essas soluções: o documento mostra que, caso o Brasil invista em fortalecer a aquisição de máquinas agrícolas, adotando, também, novas tecnologias, o país pode apresentar um potencial ainda maior de participação no agro mundial. Assim, aumentaria significativamente a produtividade e a renda de todos que têm, no campo, sua forma de ganhar a vida. 

Dentre as estratégias listadas pelo relatório, as aplicações de Internet of Things são consideradas, pelos autores, as mais relevantes para o impacto positivo da economia no setor em questão. Para tanto, é preciso que as empresas demonstrem as seguintes formas de aproveitamento da transformação digital: 

  • Uso eficiente de recursos naturais e insumos;
  • Uso eficiente de maquinário;
  • Segurança sanitária e bem-estar animal; e
  • Produtividade humana.

 Para ilustrar esse processo de transformação digital, quero que você imagine o monitoramento de pragas em plantações. Em boa parte das empresas agrícolas, a atividade ainda é realizada por meio de pura e simples observação humana: uma folha está “rasgada ou comida”, um alimento está furado? É praga. Para completar, o controle dessas informações é manual, com anotações em planilhas de papel, quando não apenas na cabeça do observador. Dessa forma, os dados só são passados ao gestor depois do processo ter sido concluído. Há algum tempo atrás, esse método era aplicável – e, talvez, fosse o único possível. Agora, não mais.

Hoje, confiar na memória humana, tanto para saber identificar pragas quanto para controlar os dados é apostar no escuro, já que o erro humano pode – e vai – ser bem mais factível, uma vez que temos, todos, muito mais estímulos para ocupar a mente do que antes. Lembrar das coisas e fazer a sua análise correta “de cabeça” não é mais tão eficiente quanto um dia foi; pelo contrário, é até perigoso.

 Com a transformação digital, os papéis são substituídos por um smartphone e/ou tablete, que fica o tempo todo na mão dos agricultores, para que nenhuma informação se perca. Mais que isso, as informações são passadas ao gestor em tempo real, e soluções e alertas podem ser gerados com mais rapidez. Tudo isso converge para a melhoria da produtividade,para uma otimização do tempo dos seus times no campo, e consequentemente a geração de mais riqueza e qualidade de vida.

Assim como no caso do BNDES, o papel do setor público para fomentar essa transformação digital é fundamental: ao final muita grande transformação é fruto de uma sólida parceria público-privada. No caso do Brasil, ninguém melhor que o Cleber Soares novamente aqui para nos dar uma visão do que vem acontecendo nesse sentido. Ele nos conta que : Neste ecossistema o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem promovido políticas e diretrizes junto com outros ministérios, como o MCTIC e com as instituições vinculadas ao MAPA, como a Embrapa, para alavancar a inovação digital no agronegócio. Além de ambientes de discussão de diretrizes junto com os players privados e a cadeia produtiva, temos estimulado o desenvolvimento de ecossistemas de inovação digital para o desenvolvimento de startups, mapeamos a cobertura de sinal no campo para prover políticas e ações de conectividade para o produtor rural, criamos a Câmara Técnica da Agricultura Digital, estimulamos o desenvolvimento de ferramentas e plataformas para a transformação digital junto com instituições de fomento como o BNDES, FINEP, CNPq, e parceiros privados como empresas e fundos de investimentos”. Ele conclui que: ” Os caminhos da agricultura digital estão em pleno desenvolvimento no Brasil, e o MAPA tem o papel chave de promover essa transformação”. O documento “Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira”, publicado pela EMBRAPA em 2018, nos dá insights muito interessantes sobre o papel da instituição na Agricultura brasileira. 

Empresas que buscam a transformação digital no agro

Diante do cenário de transformação digital, muitas empresas agrícolas, inclusive de outros países, já manifestam seu interesse e busca por inovações que lhes garantam mais diferenciais competitivos. 

Os gigantes Archer Daniel Midland, Bunge, Cargill e Louis Dreyfuss são grandes exemplos de transformação digital no agronegócio. Os grupos se juntaram em 2018 a nível global para fomentar a inovação em prol do agro, focando em tecnologias para automatizar processos de execução de grãos e sementes oleaginosas que, hoje, representam uma etapa cara da cadeia de distribuição. O Juan Luciano, CEO da ADM, comentou no press release da parceria: “Estamos entusiasmados em impulsionar a modernização e padronização de dados e documentos ao longo da cadeia do agronegócio. Ao trabalhar juntos para desenhar e implementar uma transformação digital, iremos juntar centenas de anos de conhecimento coletivo e experiência para simplificar processos e reduzir erros para o benefício da inteira indústria”. Essa coordenação entre os grandes players será que é o começo do que o Guilherme Ferraudo da Minerva Foods previu anteriormente no artigo?

 A Bayer, que sempre me dá a oportunidade de palestrar sobre o assunto em empresas de seu grupo, também busca, de forma constante, a transformação digital. Para a multinacional, ela é concentrada na digitalização da experiência do cliente, das operações e em novos modelos de negócio. E quem diz isso não sou eu, mas sim Saskia Steinacker, chefe global de transformação digital da empresa. Ela relata que, dentre os vários centros de inovação da corporação, está o LiveScience iHUB, no Vale do Silício, que é onde se concentram as pesquisas de tecnologias emergentes. O iHUB incentiva a colaboração entre empresas de tecnologia e a Bayer e, assim, fomenta as parcerias necessárias para o crescimento digital na agroeconomia. A própria Bayer fomenta e integra no Brasil o hub de inovação para o agro, o AgTechGarage,  em Piracicaba-SP. E falando de outros grandes players, a Syngenta impulsionou a própria transformação digital justamente com a compra da Strider mencionada anteriormente, e no caso da BASF, eles detém o xarvio™que é a marca Digital Farming Solutions deles, que utilizam recursos de Inteligência Artificial e Machine Learning. Acrescenta o Lucas Marcolin, Gerente de Comercial de Soluções Digitais para a América Latina. “Uma das soluções oferecidas é o manejo de plantas daninhas na soja com o xarvio™ Field Manager, com foco em plantas daninhas resistentes e de difícil controle. Com esta ferramenta, é possível fazer a aplicação de defensivos somente onde é necessário, com economia de herbicidas que pode ser superior a 60%”. 

Em mapear outros players e iniciativa de sejam referência em transformação digital no Agro, tive a ajuda solicita do Lucas Santos Corrêa, Trainee da MRV Agro. Ele me listou as iniciativas que ao ver dele mais estão fomentando essa revolução: 

DRONE DEPLOY:

O drone Deploy é um sistema de planejamento de voos autônomos e processamento de imagens de drones da linha DJI. Esse sistema auxilia pequenos, médios e grandes produtores na visualização de seus lavouras, de forma simples e barata se comparamos o custo benefício dessa ferramenta. A possibilidade de produtores verem suas lavouras com filtros inteligentes (NDVI – índice de Vegetação por Diferença Normalizada E VARI – Índice Resistente à Atmosfera na Região Visível) proporcionam a esses produtores a possibilidade de verem problemas, antes não notados e que podem diminuir seus resultados de colheita.

JOHN DEERE COM OPERATION CENTER:

A marca mais conhecida entre os produtores rurais, não ficou para trás quando o assunto é tecnologia e informação para seus clientes. A principal ferramenta da empresa OPERATION CENTER, concentra todas as atividades referentes a tecnologia em um local só, com a possibilidade de acompanhar todas as atividades envolvendo as máquinas da marca, essa solução vem sendo amplamente utilizada pelos “Jhondeerezeiros”, pelo fato da marca ser amplamente conhecida entre os produtores. Soluções de configuração de equipamentos para as máquinas, mapas de plantio, colheita, pulverização, administração de insumos e da propriedade são algumas funcionalidades que a empresa entrega.

SOLINFTEC:

A empresa Paulista, venho do seguimento da cana de açúcar e proporcionou aos produtores aquilo que eles mais pedem no seguimento de agricultura digital “INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL”, com uma moderna e complexa rede de “INTRANET” carinhosamente apelidado de “SOLINFNET”, as informações são disponibilizadas quase que em tempo real na central da empresa, em qualquer localização do Brasil. Além dessa conectividade que a empresa oferta aos seus clientes, o diferencial de ser multimarcas é mais um diferencial que empresa agrega ao seu portfólio, além de carregar em seu DNA soluções cada vez mais modernas, como o reconhecimento fácil de operadores que está sendo implementado em algumas propriedades do Brasil.

FARMER EDGE:

A empresa Canadense, chegou ao Brasil trazendo soluções de telemetria com a promessa de conectividade e entrega de dados em tempo real, além de trazer na bagagem soluções como imagens de satélite de alta resolução, análise e recomendação de solo e estações meteorológicas automáticas. As informações de imagens de satélite são as melhores no mercado para o setor da agricultura, com alta frequência de imagens diárias e semanais.

TARANIS:

Uma das mais inovadoras empresas do setor agrícolas, utiliza imagens obtidas por voos de avião com câmeras especiais, para extrair informações das lavouras por meio de algoritmos de Machine Learning e aprendizado de máquina. Informações de ataques de pragas, deficiência nutricional, problemas de operação e outros são algumas das informações que são geradas.

FARM BOX:

Empresa gaúcha, desenvolveu uma solução para auxiliar os “pragueiros” como são chamados os técnicos de campo, que fazem os monitoramentos de pragas nas lavouras. Com a possibilidade de lançamento de informações, imagens, georreferenciamento do local de amostragem, alertas de pragas e índices essa empresa está ganhando espaço entre os produtores Mato grossenses.

SMART SENSING:

Ela trouxe ao Brasil uma solução inovadora quando falamos de aplicação de defensivos agrícolas! O sistema chamado WEED-IT é uma ponteira inteligente, que utiliza informações de um sensor de imagem acoplado a barra de pulverização, que identifica plantas daninhas por meio de Machine Learning, realizando a aplicação somente nos locais com plantas daninhas. Isso diminui o custo do produtor em milhões de reais, além de ser uma empresa ecologicamente correta por propiciar a diminuição de 90% no total de defensivos aplicados.

MONAGRI CONSULTORIA:

é uma empresa do interior do Mato Grosso, que auxilia pequenos, médios e grandes grupos a criarem suas centrais de tecnologias! O proprietário Maurício Nicocelli Neto é um expert quando se trata de tecnologia para o campo, prestando consultoria para grupos como MVR AGRO, BRAGANÇA AGRONEGÓCIOS, PETROVINA SEMENTES, BRASIL AGRO, GNS AGRÍCOLA que juntas têm mais de 150 mil hectares de lavoura. Além da formação de núcleos de tecnologias nesses grupos, a Monagri leva informação aos seus gestores de novas tecnologias do Brasil e do mundo, com seu proprietário passando por mais de 15 países em busca de soluções para o agronegócio.

Empresas Fazendas:

SLC AGRÍCOLA:

Uma das maiores empresas agrícola do país, não poderia ficar de fora desta lista! Com um moderna central de informações que coleta, analisa e processa as informações de mais de 200 mil hectares de lavoura, SLC AGRÍCOLA possui o de mais moderno no quesito tecnologia para o setor. Seu portfólio de investidores deixa claro as ações que o grupo vem tomando com a implementação de conectividade no campo, implementação de novas tecnologias, recomendações e análises para gestores das propriedades entre outros.

Em outras palavras, há gigantes internacionais mas também vários players locais e start-ups investindo na busca por novidades na área de sensores, Inteligência Artificial, Machine Learning e, também, aplicativos digitais para a saúde humana, a saúde animal e o agronegócio. Quem não estiver por dentro dessas demandas – e, também, não buscar se adaptar às requisições do novo mercado – corre o sério risco de ficar para trás no desenvolvimento da agricultura pela tecnologia e inovação.

Por isso, a pergunta que não quer calar é: sua iniciativa já está buscando soluções tecnológicas e/ou tendo a experiência com a transformação digital da Agricultura?  

Reflita bem antes de me dar uma resposta, pois ela pode salvar e garantir o futuro de seus negócios, e vamos continuar nosso papo a partir dela, quem sabe de forma presencial em uma de minhas palestras: https://andreaiorio.com/palestras/transformacao-digital-no-agronegocio/.

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Com mais de 200 palestras online e offline em 2021 para clientes no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa, o Andrea é hoje um dos palestrantes sobre Transformação Digital, Liderança, Inovação e Soft Skills mais requisitados a nível nacional e internacional. Ele já foi diretor do Tinder na América Latina por 5 anos, e Chief Digital Officer na L’Oréal, e hoje é também escritor best-seller e professor do MBA Executivo da Fundação Dom Cabral

With more than 200 keynotes delivered (online and offline) in 2021 to clients across Brazil, Latin America, the United States and Europe, Andrea is today one of the most requested speakers on Digital Transformation, Leadership, Innovation and Soft Skills in Brazil and globally. He has been the head of Tinder in Latin America for 5 years, and Chief Digital Officer at L’Oréal. Today he is also a best-selling author, and a professor at the Executive MBA at Fundação Dom Cabral.

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